Tentei tocar você
Mas esqueci que você é céu!

Mar e Ana

Aqueles olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Era assim como eu a via, como se Capitu, misteriosamente, tivesse saído das páginas do livro e entrado em minha vida.
Conheci Mariana há um bom tempo, desde o 1º ano do ensino médio, e desde então essa paixão me acompanhava sem dar sossego. Talvez fosse coisa de outras vidas, talvez fôssemos almas gêmeas e nem sabíamos ou talvez era apenas a minha teimosia em querer Mariana a todo custo.

Entre tantas idas e vindas, nunca a deixei ficar verdadeiramente em minha vida, não porque eu não quisesse, mas porque ela sempre me escapava como num passe de mágica. Eu já tinha feito até mapa astral, tentei entender cada signo que a regia, já tinha apelado pra tudo quanto é santo, já tinha até desistido de vez, mas toda vez que Mariana voltava, com aquele olhar de quem espera tudo,mas não diz nada, me fazia nascer com ela mais uma fagulha de esperança, aquela a quem eu tanto tentara deixar morrer.

Mas enfim tomei uma decisão: iria esquecer Mariana. Comecei a namorar uma colega da faculdade. Nada dela me atraía, mas era apenas para esquecer Mariana e isso eu sabia. Não sei como, até porque diferente dessa nova onda virtual, eu não espalhava meu “amor” aos quatro ventos, Mariana ficou sabendo desse namoro que eu só suportava a cada dia.

Esperei um telefone, um post de raiva, uma mensagem no whatsapp de ódio que fosse, mas Mariana, mergulhada em seu orgulho ferido não se pronunciou. Passaram anos....acabei, por força do destino, casando, tive filhos, adotei cachorros e gatos, já lembrava cada vez menos de Mariana.

Certo sábado acordei disposto, queria me livrar de todo o lixo que acumulara nesse tempo de estudo, comecei pelos livros, limpando cada um com um ar saudoso, revi as pastas cheias de textos, até chegar nos cadernos.

Quando abri o caderno do 3º ano, eis que encontro uma carta escrita por Mariana na última folha contida apenas três palavras: Eu te amo! Assinado: Mariana.


Aline Lima
22/09/2016

SHORT DE PUTA


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A aula mal começou e já ouvimos um "sai daqui,sua puta" vindo lá de trás. A professora, pela qual a turma não tinha a menor simpatia,imediatamente voltou a falar como se nada tivesse acontecido.
Mas Patrícia não se calou. Levantou-se,colocou os óculos dos quais ela dependia e pediu prontamente que a professora tomasse um posicionamento, afinal uma colega foi chamada de puta na frente de todos.
A professora vendo-se sem saída, viu que não ia poder fazer vista grossa sobre o fato que até então já tinha silenciado toda a turma, Perguntou então o porquê do colega ter tratado a aluna dessa forma.
Pedro,macho alfa,que se gabava por ser o pegador, hetero convicto,logo argumentou que a chamara assim porque viu a colega andando de short curto na rua, segundo ele short que só puta usava.
A professora, embora concordasse com Pedro,pediu então que ele se retirasse da sala,e o fez sem proferir palavra nenhuma,pois pra ela a roupa usada pela colega justificava o tratamento. Os ânimos se acalmaram e a aula continuou.Havia muita matéria ainda a ser dada.
Final do dia,a professora chegou em casa.Tomou um banho,vestiu sua camisola preta com detalhes de renda e foi caminhando em passos lentos até a sala,pegou um cigarro,sentando na poltrona que tanto gostava,estalou a coluna,girou o pescoço em 360 e passou as mãos, sem pressa, na mesa ao lado, pegou o controle da TV e continuou a assistir o filme pornô que não terminara no dia anterior.


Aline lima
22/09/2016

Inesquecível

Vai
Voa
Tô te deixando partir.
Nem sempre o ficar é pra sempre.
Ás vezes o melhor é deixar ir.

 
Além do Nosso Espelho © 2015 | Criado Por Aline Lima